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"Não entendo. Isso é tão vasto que ultrapassa qualquer entender. Entender é sempre limitado. Mas não entender pode não ter fronteiras. Sinto que sou muito mais completa quando não entendo. Não entender, de modo como falo, é um dom. Não entender, mas como um simples estado de espírito. O bom é ser inteligente e não entender. É uma benção estranha, como ter loucura sem ser doida. É um desinteresse manso, é uma doçura de burrice. Só que de vez em quando vem a inquietação: quero entender um pouco. Não demais: mas pelo menos entender que não entendo." (Clarice Lispetor)

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Contra o tempo

Que silêncio.
Que vazio.
O que fazer?
O tempo passa
E o tic-tac do relógio não cessa
E apesar da minha reza
Ele não para.
Os segundos correm
Os minutos andam
As horas varrem
Momentos tantos!
Sinto o tempo passar
Não o sinto parar
Para eu pensar
No que a vida dá.
Ela dá tempo ao tempo
Ela dá vida à morte.
Ela dá luz à sorte.
Mas mesmo assim tento
Não ficar no tempo
E não deixar o vento
Me levar.

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