O que é ser uma mulher perfeita atualmente? Numa sociedade tão variada e tão distinta de valores e opiniões, torna-se difícil responder a essa pergunta.
O preconceito quanto à mulher vem com ela desde o nascimento e acompanha-a até à morte. Até a nossa gramática “impõe” a predominância do masculino sobre o feminino, usando “eles”, mesmo que a maioria seja mulher. Somos, infelizmente, a maioria em número mas a minoria em opinião.
A mulher é considerada o ser divino da criação mas junto com essa divindade que lhe é atribuída, vêm as responsabilidades e exigências de uma sociedade moderna e que se considera liberal e compreensiva, mas que na verdade, esconde dentro de si seus grandes medos e preconceitos. A própria mulher hoje é vítima e ao mesmo tempo culpada. Há mulheres que insistem em negar seus próprios direitos, como se os mesmos fossem uma ofensa. É cometer um crime a si própria. É sentenciar-se à morte, diante de uma vida cheia de lutas e conquistas. Apesar de tudo isso, confesso como mulher que sou, que mesmo com tantas vitórias acrescentamos à nossa vida mais responsabilidades: Trabalhar, estar sempre bonita e ainda ser uma boa esposa e mãe.
Há tempos atrás (em um passsado recente), a mulher idealizada pela sociedade era uma ótima dona de casa, dedicada à família. Quem não lembra da canção “Amélia que era mulher de verdade (...)”? Hoje, além de todas essas qualidades temos de trabalhar, cuidar de todos os nossos interesses individuais e ainda nos atentarmos a ser a mulher ideal que a sociedade idealiza. Resumindo: Somos escravas dos nossos próprios interesses e propósitos.
O próprio Dia Internacional da Mulher demonstra o desprezo e a hipocrisia da sociedade quanto ao valor da figura feminina. O que comemoramos nesse dia? A morte de várias operárias que sofreram com injustiças, das quais achamos que hoje já não existem mais. Todos os anos, somente em um único dia, somos parabenizadas por 364 dias de uma luta incansável e infinita, quando na verdade, só “encobrimos” o sofrimento de um coletivo desfavorecido e que é minoria, pois nem todas as mulheres lutam pelas mesmas causas. Algumas insistem em ser oprimidas, outras em ser opressoras...
Essa é uma reflexão que todas nós mulheres temos de fazer. Obtivemos muitas conquistas com o passar dos tempos: ganhamos direito ao voto, salários iguais aos dos homens (pelo menos, na grande maioria dos casos), etc. mas como mulher admito: a nossa maior vitória é vencer nosso próprio preconceito e ir à luta que é diária e constante; ir à luta que dói e machuca mas que gratifica, que presenteia e que satisfaz. Sejamos humildes e conscientes do nosso papel na sociedade e na nossa própria vida.
Não somos oprimidas nem opressoras, apenas “iguais”. Somos Mulheres!
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